O etanol, também conhecido por Álcool Etílico, é uma
substância de grande importância industrial. Neste âmbito, sua principal forma
de obtenção é dada pela fermentação de hidratos de carbono. Apesar de todas as
dúvidas e incertezas sobre seu real potencial frente aos combustíveis
tradicionais, o etanol ainda é tido como uma alternativa no que tange um dos paradigmas
do setor energético mundial: eficiência energética versus sustentabilidade.
Todavia, toda essa robustez não condiz com o atual momento do
setor sucroalcooleiro no Brasil. Segundo a União da Indústria de
Cana-de-açúcar, Esta é a sexta safra consecutiva de crise do setor do etanol,
período marcado pelo congelamento de investimentos e corte de gastos. Desde
2009, das 384 usinas do país, 44 delas encerraram suas atividades. A situação
se torna ainda mais grave em comparação ao pico de produção de 2008, quando
27,5 bilhões de litros de etanol foram produzidos.
Em meio às especulações, muitas possíveis causas são
citadas, como por exemplo, as alterações ambientais. As alterações afetam muito a produção e o
plantio, mas a cerne da questão não está ai. O principal responsável pela
quebra do setor do etanol é o controle do preço da gasolina.
Por mais estranho que isso soe aos ouvidos, a Petrobras é
uma empresa que extrai e refina petróleo e perde dinheiro quando o valor do
barril sobe. Mas a política do controle
do preço da gasolina não prejudica apenas a Petrobras, que segundo a Financial
Times, nos últimos cinco anos, caiu de 12ª para 120ª no ranking de valor de
mercado e que tem hoje a maior dívida corporativa do mundo. Como resultado
deste comportamento anormal, o Brasil compra gasolina mais cara, já que a
produção nacional não atende a demanda, além de vender a gasolina brasileira abaixo
do seu real valor.
Com tal concorrência, somada as alterações de clima e a
inflação galopante, o consumo de etanol se reduz consideravelmente, o que é
reflete em toda a economia de um modo geral. O governo federal tentou
incentivar o setor pelo crédito subsidiado com juros que chegam a 5,5% ao ano,
mas não foi o suficiente para alterar o estado caótico do setor.
Vale lembrar que este incentivo ao consumo de combustíveis fósseis
acarreta um aumento das emissões atmosféricas. Com o uso do etanol, essas
emissões não ocorreriam ou ocorreriam em menor proporção. Como exemplo destes poluentes
atmosféricos, temos o Dióxido de Enxofre, Monóxido de Carbono e Material
Particulado.
Apesar da má fase, o setor do etanol aposta na inovação
tecnológica como ponto de recuperação. Se essas inovações (como por exemplo, o
etanol de 2ª geração) se mostrarem fortes o bastante em termos operacionais e
comerciais, pode representar uma nova era no setor energético nacional.
Matheus A. Lopes - Representante Regional Beta EQ
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